Reforma Ortográfica

Guia Prático Da Nova Ortografia.

Trema:
Não se usa mais o trema (¨), sinal
colocado sobre a letra u para indicar
que ela deve ser pronunciada nos grupos
gue, gui, que, qui.

Como era       Como fica
agüentar        aguentar
argüir         arguir
bilíngüe        bilíngue

Atenção: o trema permanece apenas
nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.

Mudanças nas regras
de acentuação
1. Não se usa mais o acento dos ditongos
abertos éi e ói das palavras
paroxítonas (palavras que têm acento
tônico na penúltima sílaba).

Como era                        Como fica
alcalóide                        alcaloide
alcatéia                        alcateia
andróide                        androide
apóia (verbo apoiar)     apoia
apóio (verbo apoiar)     apoio
asteróide                        asteroide
bóia                         boia
celulóide                        celuloide
clarabóia                        claraboia
colméia                         colmeia

Atenção: essa regra é válida somente
para palavras paroxítonas. Assim, continuam
a ser acentuadas as palavras 
oxítonas terminadas em éis, éu, éus,
ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis,
troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se
usa mais o acento no i e no u tônicos
quando vierem depois de um ditongo.

Como era           Como fica
baiúca                baiuca
bocaiúva                bocaiuva
cauíla                cauila
feiúra                feiura

Atenção: se a palavra for oxítona e o i
ou o u estiverem em posição fi nal (ou
seguidos de s), o acento permanece.
Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras
terminadas em êem e ôo(s).

Como era                    Como fica
abençôo                       abençoo
crêem (verbo crer)        creem
dêem (verbo dar)          deem
dôo (verbo doar       )        doo
enjôo                               enjoo
lêem (verbo ler)            leem

4. Não se usa mais o acento que diferenciava
 pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s)
os pares pára/para, péla(s)/
e pêra/pera.

Como era                              Como fi ca
Ele pára o carro.                        Ele para o carro.
Ele foi ao pólo                       Ele foi ao polo
Norte.                                     Norte.
Ele gosta de jogar                       Ele gosta de jogar
pólo.                        polo.
Esse gato tem                       Esse gato tem
pêlos brancos.                       pelos brancos.
Comi uma pêra.                     Comi uma pera.

Atenção:
• Permanece o acento diferencial em
pôde/pode. Pôde é a forma do passado
do verbo poder (pretérito perfeito do
indicativo), na 3a pessoa do singular.
Pode é a forma do presente do indicativo,
na 3a pessoa do singular.

Exemplo: Ontem, ele não pôde sair
mais cedo, mas hoje ele pode.

• Permanece o acento diferencial em
pôr/por. Pôr é verbo. Por é prepo sição.
Exemplo: Vou pôr o livro na estante
que foi feita por mim.

• É facultativo o uso do acento circunfl
exo para diferenciar as palavras forma/
fôrma. Em alguns casos, o uso do
acento deixa a frase mais clara. Veja
este exemplo: Qual é a forma da fôrma
do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no
u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui,
(eles) arguem, do presente do indicativo
dos verbos arguir e redarguir.

6. Há uma variação na pronúncia dos
verbos terminados em guarquar e
quir, como aguar, averiguar, apaziguar,
desaguar, enxaguar, obliquar,
delinquir etc. Esses verbos admitem
duas pronúncias em algumas formas
do presente do indicativo, do presente
do subjuntivo e também do imperativo.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i
tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
• verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas,
enxágua, enxáguam; enxágue,
enxágues, enxáguem.
• verbo delinquir: delínquo, delínques,
delínque, delínquem; delínqua,
delínquas, delínquam.

b) se forem pronunciadas com u tônico,
essas formas deixam de ser acentuadas.
Exemplos (a vogal sublinhada
é tônica, isto é, deve ser pronunciada
mais fortemente que as outras):
• verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas,
enxagua, enxaguam; enxague,
enxagues, enxaguem.
• verbo delinquir: delinquo, delinques,
delinque, delinquem; delinqua,
delinquas, delinquam.



Atenção: no Brasil, a pronúncia mais
corrente é a primeira, aquela com a e
i tônicos.

Uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram
alteradas pelo novo Acordo. Mas,
como se trata ainda de matéria controvertida
em muitos aspectos, para
facilitar a compreensão dos leitores,
apresentamos um resumo das regras
que orientam o uso do hífen com os
prefi xos mais comuns, assim como as
novas orientações estabelecidas pelo
Acordo.
As observações a seguir referem-se
ao uso do hífen em palavras formadas
por prefi xos ou por elementos que podem
funcionar como prefi xos, como:
aero, agro, além, ante, anti, aquém,
arqui, auto, circum, co, contra, eletro,
entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra,
inter, intra, macro, micro, mini,
multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré,
pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub,
super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen
diante de palavra iniciada por h.
Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra
humano perde o h).

2. Não se usa o hífen quando o prefi -
xo termina em vogal diferente da vogal
com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos:

aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco

Exceção: o prefixo co aglutina-se em
geral com o segundo elemento, mesmo
quando este se inicia por o: coobrigar,
coobrigação, coordenar, cooperar,
coo peração, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo
termina em vogal e o segundo elemento
começa por consoante diferente de
r ou s
Exemplos:
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno

Atenção: com o prefixo vice, usa-se
sempre o hífen. Exemplos: vice-rei,
vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefi -
xo termina em vogal e o segundo elemento
começa por r ou s. Nesse caso,
duplicam-se essas letras. 
Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia

5. Quando o prefixo termina por vogal,
usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma vogal.
Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-infl acionário
anti-infl amatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoante,
usa-se o hífen se o segundo
elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico

Atenção:
• Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal,
superinteressante, superproteção.

7. Quando o prefi xo termina por consoante,
não se usa o hífen se o segundo
elemento começar por vogal. 
Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além,
aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se
sempre o hífen. 
Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra

9. Não se deve usar o hífen em certas
palavras que perderam a noção de
composição. 
Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé

10. Para clareza gráfica, se no final
da linha a partição de uma palavra ou
combinação de palavras coincidir com
o hífen, ele deve ser repetido na linha
seguinte. 
Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-
-alunos.

Resumo
Emprego do hífen com prefixos

Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.

Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
• Sem hífen diante de vogal diferente:
autoescola, antiaéreo.
• Sem hífen diante de consoante diferente de r
e s: anteprojeto, semicírculo.
• Sem hífen diante de r e s. Dobram-se essas
letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
• Com hífen diante de mesma vogal:
contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:
• Com hífen diante de mesma consoante:
inter-regional, sub-bibliotecário.
• Sem hífen diante de consoante diferente:
intermunicipal, supersônico.
• Sem hífen diante de vogal: interestadual,
superinteressante.

Fonte: Editora Melhoramentos
Guia Reforma Ortográfica